Poço raso: ciência revisita o saber popular na busca por água de beber

A utilização do saber tradicional na perfuração de poços tubulares rasos na bacia do baixo Jaguaribe tem se apresentado como solução para o abastecimento em diversas cidades da região.

O secretário Francisco Teixeira (SRH) costuma afirmar que atual seca – que já dura seis anos e já é apontada como a maior da história – levou o setor de recursos hídricos a quebrar paradigmas. De fato, foi preciso fazer diferente: buscar água nos subterrâneos do embasamento cristalino (quando se sabe que a água do sertão é pouca e, muitas vezes salobra); buscar novas tecnologias como a do poço horizontal, que só havia sido utilizado no Brasil para prospecção de petróleo; o reúso e a dessalinização, que já começaram a tomar corpo no âmbito da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Mas, e quando nada parece dar certo? Como e o quê fazer? Foi o que aconteceu em Jaguaruana, Potiretama, Russas e outras cidade do Baixo Jaguaribe, que ficaram em risco de colapso quando a liberação de água pela válvula do Castanhão teve de ser reduzida. A solução estava ali mesmo, no saber tradicional de gente simples da região. E se chama poço tubular raso.

“Talvez não seja ‘a solução’, mas parte importante dela”, avalia o assessor da Presidência da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Gianni Lima. Segundo ele, a primeira opção para Jaguaruana foi a construção de poços profundos convencionais, que se mostraram pouco produtivos. “Então vimos que carcinicultores da região se abasteciam de poços manuais, os poços rasos”, conta. Nova tentativa, nova frustração. Os poços rasos feitos pelo Estado não apresentavam o mesmo desempenho dos construídos pelos caboclos da região. “Tivemos de aprender com eles. Filtros, cascalho, diâmetro do poço, tudo tinha de ser específico para a região. Foi como deu certo”, recorda Gianni.

Para Hélder Cortez, diretor da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), “o poço raso foi um aprendizado com a comunidade local”. Segundo ele, a água daquela região tem alto teor de ferro, o que exige adequações na hora de confeccionar o poço. “Vimos que as pessoas que trabalham com esse tipo de poço utilizam pedregulho como pré-filtro. Esse material retém o ferro, impendido a obstrução dos filtros”, explica Hélder. “Esse elevado teor de ferro acabava sendo o responsável pela queda de vazão dos poços que começamos fazer na área. Os poços apresentavam incialmente boa produção e, rapidamente, começavam a diminuir as vazões. Exatamente por causa da obstrução dos filtros do poço pelo ferro contido na água”, ensina.

“Jaguaruana é um caso de sucesso no enfrentamento dessa prolongada estiagem “, avalia Jacinto Leal, Superintendente de Negócios da Cagece. “Na área do Sargento, zona rural do município, temos seis poços rasos e um sétimo sendo concluído. Esses poços têm vazão média entre 20 e 25 metros cúbicos de água por hora, o suficiente para atender a uma cidade que foi historicamente abastecida pela água captada no Rio Jaguaribe”, detalha Leal. Ele conta ainda que, além dos poços, foi necessário construir uma adutora de 8 km de extensão. “Mais uma vez a parceria Cogerh/Cagece, desta vez com a parceria da prefeitura do município, funcionou: fizemos a adutora definitiva, com tubos de PVC, em substituição a uma outra, emergencial, que apresentava muitos problemas operacionais. Com isso, a cidade saiu de vez da crise de abastecimento que vinha enfrentando”, comemora o superintendente.

“A experiência deu tão certo que resolvemos mapear outras áreas com potencial para obtenção de água a partir desse tipo de equipamento”, conta Gianni Lima, da Cogerh. Dessa forma, outras manchas de aluvião nos rios Acaraú, Banabuiú e Jaguaribe passaram a receber poços tubulares rasos. “Hoje temos poços rasos contribuindo para o abastecimento de Russas, Quixeré, Acaraú, Senador Pompeu e Milhã”, enumera Gianni. Ainda segundo o assessor da presidência da Cogerh, na maioria dos casos a água desses poços se soma a outras águas de poços convencionais ou de açudes e, mesmo com alguma restrição, abastece as sedes municipais. “Nunca uma frase foi tão apropriada como a da campanha do governo Estado: Cada gota conta”, diz Gianni Lima.

O secretário Francisco Teixeira (SRH) costuma afirmar que atual seca – que já dura seis anos e já é apontada como a maior da história – levou o setor de recursos hídricos a quebrar paradigmas. De fato, foi preciso fazer diferente: buscar água nos subterrâneos do embasamento cristalino (quando se sabe que a água do sertão é pouca e, muitas vezes salobra); buscar novas tecnologias como a do poço horizontal, que só havia sido utilizado no Brasil para prospecção de petróleo; o reúso e a dessalinização, que já começaram a tomar corpo no âmbito da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Mas, e quando nada parece dar certo? Como e o quê fazer? Foi o que aconteceu em Jaguaruana, Potiretama, Russas e outras cidade do Baixo Jaguaribe, que ficaram em risco de colapso quando a liberação de água pela válvula do Castanhão teve de ser reduzida. A solução estava ali mesmo, no saber tradicional de gente simples da região. E se chama poço tubular raso.

“Talvez não seja ‘a solução’, mas parte importante dela”, avalia o assessor da Presidência da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Gianni Lima. Segundo ele, a primeira opção para Jaguaruana foi a construção de poços profundos convencionais, que se mostraram pouco produtivos. “Então vimos que carcinicultores da região se abasteciam de poços manuais, os poços rasos”, conta. Nova tentativa, nova frustração. Os poços rasos feitos pelo Estado não apresentavam o mesmo desempenho dos construídos pelos caboclos da região. “Tivemos de aprender com eles. Filtros, cascalho, diâmetro do poço, tudo tinha de ser específico para a região. Foi como deu certo”, recorda Gianni.

Para Hélder Cortez, diretor da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), “o poço raso foi um aprendizado com a comunidade local”. Segundo ele, a água daquela região tem alto teor de ferro, o que exige adequações na hora de confeccionar o poço. “Vimos que as pessoas que trabalham com esse tipo de poço utilizam pedregulho como pré-filtro. Esse material retém o ferro, impendido a obstrução dos filtros”, explica Hélder. “Esse elevado teor de ferro acabava sendo o responsável pela queda de vazão dos poços que começamos fazer na área. Os poços apresentavam incialmente boa produção e, rapidamente, começavam a diminuir as vazões. Exatamente por causa da obstrução dos filtros do poço pelo ferro contido na água”, ensina.

“Jaguaruana é um caso de sucesso no enfrentamento dessa prolongada estiagem “, avalia Jacinto Leal, Superintendente de Negócios da Cagece. “Na área do Sargento, zona rural do município, temos seis poços rasos e um sétimo sendo concluído. Esses poços têm vazão média entre 20 e 25 metros cúbicos de água por hora, o suficiente para atender a uma cidade que foi historicamente abastecida pela água captada no Rio Jaguaribe”, detalha Leal. Ele conta ainda que, além dos poços, foi necessário construir uma adutora de 8 km de extensão. “Mais uma vez a parceria Cogerh/Cagece, desta vez com a parceria da prefeitura do município, funcionou: fizemos a adutora definitiva, com tubos de PVC, em substituição a uma outra, emergencial, que apresentava muitos problemas operacionais. Com isso, a cidade saiu de vez da crise de abastecimento que vinha enfrentando”, comemora o superintendente.

“A experiência deu tão certo que resolvemos mapear outras áreas com potencial para obtenção de água a partir desse tipo de equipamento”, conta Gianni Lima, da Cogerh. Dessa forma, outras manchas de aluvião nos rios Acaraú, Banabuiú e Jaguaribe passaram a receber poços tubulares rasos. “Hoje temos poços rasos contribuindo para o abastecimento de Russas, Quixeré, Acaraú, Senador Pompeu e Milhã”, enumera Gianni. Ainda segundo o assessor da presidência da Cogerh, na maioria dos casos a água desses poços se soma a outras águas de poços convencionais ou de açudes e, mesmo com alguma restrição, abastece as sedes municipais. “Nunca uma frase foi tão apropriada como a da campanha do governo Estado: Cada gota conta”, diz Gianni Lima.

“O poço raso foi um aprendizado com a comunidade local. Essa é uma prática comum utilizada na região”

Hélder Cortez

Diretor de Unidade de Negócios do Interior, Cagece

“Atual seca, que já dura seis anos e já é apontada como a maior da história, levou o setor de recursos hídricos a quebrar paradigmas”.

Francisco Teixeira

Secretário dos Recursos Hídricos

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