Com chuvas em torno da média, situação hídrica no Ceará ainda é de alerta

Gestores do sistema hídrico do Ceará apresentaram, na última segunda-feira (4), no auditório da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a avaliação da quadra chuvosa de 2018. Conforme dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), as chuvas registraram 580,5 milímetros, ficando dentro da categoria em torno da média para o período, o melhor resultado desde 2011.

Neste ano, o mês mais chuvoso foi abril, com 211,1 milímetros, seguido de fevereiro com 187,9 mm. O primeiro teve índice de 12,3% acima da normal climatológica, já o segundo citado, 58,4%.

“Em termos totais de precipitação, foram os maiores desde 2011. Nós ficamos na categoria em torno da média, assim como no ano passado, mas a distribuição espacial foi um pouco diferente. Ano passado, nós tivemos uma divisão bem clara, que foi apontada no prognóstico, principalmente no centro-norte, ficando com chuvas acima da média e, no centro-sul, chuvas em torno ou até mesmo abaixo’, explica o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins.

Eduardo Martins, presidente da Funceme
De acordo com a Funceme, apesar do resultado da quadra chuvosa no Ceará em 2018, a situação ainda é de alerta

Durante o período de fevereiro a maio, o Litoral Norte foi a macrorregião mais beneficiada com as precipitações: 885,3 mm, o que representa um desvio positivo de 13,8%. Considerando os observados, logo depois vem o Litoral de Fortaleza com 780,9 mm; o Maciço de Baturité, com 705,7 mm ; Ibiapaba, que registrou 680,2 (+1,2%); e o Cariri, com 669,3 mm.

Apesar dos resultados de 2018, o cenário ainda é de alerta, pois o Ceará sofreu anos de seca ao longo dos últimos sete anos. Além disso, 2019 pode ser um ano crítico, apesar de ser ainda muito cedo para avaliações.

“Não é prognóstico, mas com o resultado de um apuramento das águas do Oceano Pacífico, nós estamos observando um aquecimento. É muito cedo para falar nisso nesse momento, mas preocupa porque isso persistindo afeta nossa quadra do próximo ano, se continuar até o final desse ano ou o início do próximo ano. Então, é importante que a gente observe a evolução dessas águas. Por isso que a gente lança essa preocupação, para ficar todo mundo em alerta para o que está acontecendo no Pacífico e como isso pode afetar ou não a quadra chuvosa do estado do Ceará”, ressalta Martins.

Tarifa de Contingência

O presidente da Cagece, Neuri freitas, também esteve presente na coletiva, e apresentou dados acerca do consumo de água em Fortaleza e Região Metropolitana, além do volume de recarga dos mananciais que abastecem esses municípios. O objetivo da companhia é que a média de consumo individual por ligação, que encontra-se em 10,88 metros cúbicos por segundo, seja mantida.

De acordo com ele, apesar da economia alcançada até agora, a vigilância no consumo e a tarifa de contingência devem continuar, já pensando no cenário de 2019:“A tarifa de contingência deve continuar em 2019, uma vez que nosso objetivo é manter a economia de 20% alcançada por pelo menos 75% da população abastecida pela Cagece. Reavaliaremos o cenário após a próxima quadra chuvosa”.

Ainda segundo o presidente, em relação às cidades que encontram-se em situação de criticidade máxima, a Cagece, em conjunto com o Governo do Ceará, seguirá desenvolvendo ações emergenciais, com o objetivo de garantir a continuidade do abastecimento. “Para abastecermos essas cidades temos realizado ações emergenciais como perfuração de poços e procura pela captação em novos mananciais. Esse trabalho deve continuar durante todo o ano de 2018”, informa.

Galeria de Fotos

Confira a cobertura fotográfica da coletiva de avaliação da quadra chuvosa de 2018.
As fotos em alta resolução estão disponíveis na seção “Download” da Sala de Imprensa.

Relatório completo

Para ter acesso ao relatório completo com a avaliação da quadra chuvosa de 2018 clique no botão abaixo.

Atendimento à Imprensa

Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
Felipe Lima
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