O alívio de Campos Sales com água de volta às torneiras

 

Por Érica Bandeira
Fotos: Nivia Uchoa e Deivyson Teixeira

Oito meses após ativação do chamado poço pioneiro, a realidade de Campos Sales mudou para melhor. As ações realizadas pelo Governo do Ceará para evitar o colapso hídrico na cidade trouxeram mais tranquilidade para a população, que agora conta com abastecimento de água satisfatório. A nova realidade é confirmada na fala de Ana Tereza, 29 anos, moradora da cidade: “Hoje nossa relação com a água mudou, passamos a economizar mais água. Eu vejo a preocupação quando há algum vazamento, por exemplo, as pessoas têm mais atenção de comunicar”.

Atualmente, a cidade de Campos Sales é abastecida pelo poço pioneiro, um dos poços mais profundos em atividade no estado, localizado na serra do Araripe, e que foi a grande aposta da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para superar a crise hídrica e levar água de volta a cidade. O abastecimento realizado hoje conta também com um complemento da água do açude local Poço da Pedra, após a pequena recarga da quadra chuvosa deste ano.

Os esforços e a expertise da Cagece, da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) foram essenciais para driblar o colapso hídrico na cidade de aproximadamente 30 mil habitantes, que sentiu de perto os efeitos da escassez que o estado vem enfrentando nos últimos anos.

Qualidade de vida

O fim do ‘aperreio’ diário de Dona Francisca e Seu Nilo com a distribuição água de forma satisfatória em Campos Sales

A superação

Abastecida pelo açude Poço de Pedra, em 2017 a população viu sua principal fonte de abastecimento secar completamente. Os esforços para manter a cidade abastecida aumentavam à medida que o açude perdia rapidamente o volume de água. Uma força-tarefa foi adotada pelos órgãos envolvidos e resultou no êxito da ativação do poço pioneiro, levando água de volta às torneiras de toda a população.

O casal de aposentados, dona Francisca das Chagas, 75, e seu Nilo Moura, 81, afirmam que antes a situação era difícil, em suas palavras seu Nilo define como “aperreada”. Dona Francisca fala com ênfase de como a situação melhorou. “A dificuldade era grande, a gente carregava água dos poços, tinha que sair pra buscar água ou então a gente comprava. Hoje está ótimo, a água vem até nós. Depois que a água chegou é outra coisa. Temos água todo dia.”, contou.

O prefeito da cidade, Moésio Loiola, avalia que hoje a situação é mais confortável. “O problema hoje está resolvido. É bom que se frise que a Cagece teve uma sensibilidade muito grande, teve muita dificuldade, mas desafiou essas dificuldades e venceu. Hoje, em termos de presente, o abastecimento está garantido”, pontuou.

Para enfrentar os desafios da seca em Campos Sales, muitas alternativas foram adotadas para conseguir levar água para a população, como a perfuração de poços em uma cidade cujo solo é cristalino, característica geológica inviável para abastecimento através de poços.

Mas, diante do cenário que se desenhava, todas as possibilidades foram consideradas. Os poços perfurados numa localidade chamado Barro Branco foram uma alternativa temporária, já que as vazões apresentadas ainda era insuficientes para abastecimento completo. Foi a ativação do poço pioneiro que permitiu, de fato, a retomada regular do abastecimento em Campos Sales.

“O problema hoje está resolvido. É bom que se frise que a Cagece teve uma sensibilidade muito grande”

Moésio Loiola

Prefeito de Campos Sales

O prefeito da cidade, Moésio Loiola, avalia que hoje a situação é mais confortável. “O problema hoje está resolvido. É bom que se frise que a Cagece teve uma sensibilidade muito grande, teve muita dificuldade, mas desafiou essas dificuldades e venceu. Hoje, em termos de presente, o abastecimento está garantido”, pontuou.

Para enfrentar os desafios da seca em Campos Sales, muitas alternativas foram adotadas para conseguir levar água para a população, como a perfuração de poços em uma cidade cujo solo é cristalino, característica geológica inviável para abastecimento através de poços.

Mas, diante do cenário que se desenhava, todas as possibilidades foram consideradas. Os poços perfurados numa localidade chamado Barro Branco foram uma alternativa temporária, já que as vazões apresentadas ainda era insuficientes para abastecimento completo. Foi a ativação do poço pioneiro que permitiu, de fato, a retomada regular do abastecimento em Campos Sales.

Equipe Cagece

Preservar a água disponível e atender a população de forma satisfatória. Essa é a meta dos técnicos da Cagece em Campos Sales

Uma equipe comprometida

O gerente da unidade da Cagece na Bacia do Alto Jaguaribe, Adeílson Rolim, conta que, apesar das dificuldades, toda equipe se envolveu para conseguir reabastecer Campos Sales: “As dificuldades enfrentadas por todos os envolvidos na busca da regularização do abastecimento do município de Campos Sales foram desafiadoras. Ao observar o empenho e a vontade de vencer das equipes, nos sentimos na obrigação de não desanimar e buscar soluções, por mais difíceis que se apresentassem. A sensação de cumprir com a obrigação institucional, atrelada a satisfação da população atendida, nos entusiasma ainda mais a buscar sempre melhorias para levar saúde com abastecimento de água potável aos clientes da Cagece”, completou.

Nós trabalhamos muito para conseguir o que temos hoje

James dos Santos

Supervisor de rede de água

O supervisor de rede, James dos Santos, pontua que mesmo com o abastecimento regularizado ainda há um cuidado da companhia com a distribuição da água. Ele explica que os recursos estão sendo usados de modo a preservar ao máximo a água disponível. “Parte da água, 65m³, vai para uma área da cidade, e a vazão da água do açude, tratada na Estação de Tratamento de Água (ETA), que é de 50m³, vai para outra parte da cidade. Este funcionamento é pensado para perdurar por mais tempo a água disponível.”, explicou. Para James as duas realidades de Campos Sales são bastante diferentes: “É gratificante. A gente chegava aqui em Campos Sales para fazer algum trabalho naquela época, com a pouca vazão dos poços de Barro Branco, que era de 20m³/h a 30m³/h, e era um desconforto não só com a população, mas consigo mesmo. A gente não se sentia bem, porque o nosso trabalho era levar água e naquele período não era plenamente possível. Nós trabalhamos muito para conseguir o que temos hoje”, concluiu.

A gestora do núcleo da Cagece em Campos Sales, Katarina Aires, relembra, com um sorriso no rosto, o momento em que o poço pioneiro começou a abastecer a cidade. “Ele foi ativado num sábado, às 10 horas. Foi motivo de felicidade, todo mundo estava aguardando essa água chegar. Eu estava aqui, todos que estavam trabalhando nos poços, quem trabalhava e quem não tralhava naquele dia, estava aqui. Foi emocionante, porque era um teste, não havia certeza. Mas quando começou e a gente viu que todo o esforço deu certo, foi uma alegria. Além da alegria de chegar água, a alegria do esforço ter resultado positivo”, contou.

A comerciante Rozângela da Silva, 52, contou sobre a importância da normalização do abastecimento para a rotina de trabalho. “O comércio também depende de água. Hoje, graças a Deus, está bom demais. Água aí nas torneiras tem. Todos os dias chega água. Desde que normalizou, aqui nunca faltou”.

Esforços e trabalho intenso

Na época da ativação do poço pioneiro, havia a preocupação da Cagece de desenvolver várias ações a fim de evitar o colapso hídrico. Apesar do poço pioneiro ser a medida que previa maior garantia do abastecimento, trabalhos diferentes aconteciam paralelamente na tentativa de conseguir superar a falta d’água.

A técnica de operação e manutenção da Cagece, Alyne Géssick, que à época atuava como coordenadora de operação industrial da companhia na Bacia do Alto Jaguaribe, explica que foram muitos os esforços e empenho para garantir água para a cidade. “Na época, eram três ações acontecendo simultaneamente: o trabalho para ativação do Poço Pioneiro de Araripe; os esforços para manter a pouca água restante do açude Poço de Pedra; e a perfuração dos poços dentro da cidade por meio da Sohidra, que ativou alguns poços na localidade de Barro Branco, mas estes ainda com vazões insuficientes para pleno abastecimento”, explicou.

Trabalhos intensos foram realizados para abastecer a cidade de Camposa Sales. Muitos esforços, enfim, resultaram no sucesso da ativação do poço pioneiro e hoje a água está de volta às casas dos camposalenses.

O operador de manutenção de água da Cagece, Valderi de Alencar, conta que hoje a realidade é satisfatória. Para ele, o trabalho foi intenso, mas recompensador: “Foi gratificante! Uma felicidade, porque nós estávamos precisando mesmo era de água. Deus abençoou e deu certo, né! Nós ficamos felizes em ver a água chegar novamente na cidade.”. Valderi reiterou sobre a continuidade do trabalho: “O serviço continua, com a retirada de vazamentos, evitar perdas, ter mais cuidado ainda, porque como cliente e como funcionário a gente sabe o que passou”, concluiu.

O retorno das águas às torneiras da população de Campos Sales, especialmente depois de um longo período de dificuldades hídricas, mudou o ânimo e a vida das pessoas. As dificuldades enfrentadas pela população durante a crise foram superadas, a realidade agora é outra. A normalização do abastecimento de água em Campos Sales deu uma trégua às adversidades impostas pela seca no município e revelou, mais uma vez, como na história do Nordeste, a força das pessoas do sertão cearense para superar as dificuldades hídricas.

Atendimento à Imprensa

Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece)
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Renata Nunes
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E-mail: comunicacaocagece@gmail.com