Exemplo australiano de convivência com as secas é tema de debate na Cogerh
Iniciativa da Assessoria de Inovação reuniu colaboradores de todo Sistema Estadual de Recursos Hídricos
Uma equação formada por planejamento aliado a políticas públicas eficazes, mais educação da população e transparência na informação repassada à sociedade. Talvez essa seja a maior lição que o Ceará pode aprender com a Austrália na área de gestão dos recursos hídricos. Em palestra realizada na manhã desta quarta-feira (11.09), a assessora de Inovação da Cogerh, Débora Rios, apresentou o modelo australiano a uma plateia formada por técnicos e gestores da Secretaria dos Recursos Hídricos e das vinculadas Cogerh, Sohidra e Funceme. A apresentação, que teve por título “Seca e Desenvolvimento – O Exemplo Australiano”, havia sido proferida originalmente pelo secretário da Plataforma de Águas da Organização das Nações Unidas para Agricultura (FAO), Marlos Sousa, durante o 3º Seminário Água Innovation, que discutiu assuntos relacionados à água, sustentabilidade e eficiência energéticas em agosto passado.
“Devido à pertinência do tema e, sobretudo ao estágio avançado da relação do governo australiano na questão da gestão dos recursos hídricos, resolvemos trazer essa discussão para dentro do Sistema Estadual de Recursos Hídricos. De imediato, a diretoria entendeu a importância e nos deu total apoio para realização do evento”, detalha Débora Rios. Após apresentar a Austrália – nos aspectos socioeconômicos e físicos – a assessora de Inovação da Cogerh mostrou o modelo desenvolvido pelos australianos para lidar com a questão das secas.
“Há muitas semelhanças do ponto de vista dos recursos hídricos. Secas, grandes centros urbanos e necessidade de acumulação de água em grandes reservatórios”, avalia. “As diferenças principais estão no nível de planejamento, no engajamento da população na questão dos recursos hídricos e, principalmente, na manualização das ações a serem adotadas a cada estágio de reservação de água”, avalia. Segundo a apresentação (confira abaixo), a cada nível de acumulação nos reservatórios, medidas de restrição de uso de água vão sendo adotadas em parceria com a sociedade.
Para o secretário dos Recursos Hídricos, que atuou como mediador do debate travado após a palestra, “os australianos estão fazendo mais do que gestão dos recursos hídricos. Eles fazem gestão de secas”, avalia. Segundo ele, um dos principais pontos a serem destacados no modelo australiano está na manualização das ações a serem adotados em função do nível dos reservatórios. “Essa é uma questão na qual precisamos avançar. Vimos aqui que, a cada patamar de reservação, medidas são implementadas com naturalidade. Está tudo definido. Inclusive com a anuência e participação da sociedade”.
Para o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, “muito ou quase tudo do que os australianos já fazem está contido em documentos como o Fortaleza 2040 ou no Projeto Ceará 2050. “Falta ainda a mobilização da sociedade para avançarmos nesse sentido”, avalia. Já segundo o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, a realidade da Austrália é uma meta a ser perseguida pelo Ceará. “Mas não estamos assim tão distantes. Pelo menos em alguns aspectos do que vimos aqui. Nos demais, o Acordo de Cooperação que assinamos recentemente com a Universidade Federal do Ceará deverá apresentar as respostas”, concluiu.
Confira aqui a integra da apresentação.
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