Parceria: Cogerh e Defesa Civil trabalham na ação de respostas rápidas durante cheias

 

Parceria entre os órgãos é fundamental não só para o controle de inundações, mas também no período de estiagem, quando são acionados protocolos de socorro a comunidades sob risco de desabastecimento

 

Os três primeiros meses da quadra chuvosa cearense findaram com a confirmação do prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme): chuvas acima da média. Foram mais de 650 milímetros , 28% acima da média histórica. Um alento para muitas regiões do Estado, principalmente em municípios que sofriam com o agravamento de anos seguidos de estiagem. Entretanto, a irregularidade do regime de chuvas, fator característico da região semiárida cearense, fez com que localidades inteiras fossem atingidas por fortes precipitações. A vigilância voltada constantemente para os efeitos agônicos da seca voltou-se, neste momento, para outro obstáculo: as cheias.

A urgência das demandas exige muitos braços. É preciso ação rápida e conjunta para auxiliar população e evitar o agravamento da situação durante uma ou logo após  evento de enchente. É nesse contexto urgência que ganha importância fundamental a parceria Cogerh/Defesa Civil/Funceme. “Trata-se de um trabalho conjunto de fundamental importância para a população cearense, notadamente aquela mais vulnerável, lembra João Lúcio Farias, presidente da Cogerh.

Segundo Farias, tanto na seca, quanto em eventuais chuvas severas, o trabalho conjunto Cogerh e Defesa Civil está voltado paras populações menos favorecidas. “É normalmente a população que sofre com a falta d’água na seca e com a inundação no período de chuvas. Nesse sentido, a parceria é fundamental no sentido de mitigar o sofrimento dessas camadas da população, relata.

Para Bruno Rebouças, diretor de Operações da Cogerh, é preciso destacar também a parceria que acontece com as Defesas Civis dos Municípios. “Sem diminuir a importância do trabalho em conjunto com a Defesa Civil do Estado, gostaria de destacar também o alinhamento com as Defesas Civis dos municípios”, frisa Rebouças. Segundo ele, é no âmbito do município que as urgências acontecem e “as respostas são muitas vezes dadas em nível local”.

Bruno cita ainda um terceiro ator importante nessa rede de prevenção/assistência: a Funceme. “É a Funceme que emite os alertas para eventos meteorológicos extremos”, lembra. “Esses alertas desencadeiam ações preventivas que, na maior parte das vezes, evita ou minora a gravidade das cheias”, assegura.

“Eram meados de março quando tivemos de ir até Quiterianópoles. Eu tinha acabado de assumir a coordenadoria da Defesa Civil do Estado e chegando lá logo obtive imediato apoio da Cogerh”, conta o Coordenador da Defesa Civil Estadual, Coronel Holdayne, sobre uma das primeiras operações da Defesa Civil ao combate as cheias no Ceará neste ano.

Na ocasião, o órgão mandou equipes ao local e fez o levantamento das famílias atingidas pelas águas das fortes chuvas registradas. No total, 79 famílias desalojadas. Além de Quiterianópoles, famílias de Crateús, Hidrolândia e Novo Oriente também sofreram com a fúria das águas. Os municípios receberam do Estado cerca de 20 mil quilos de alimentos, água e 300 redes de dormir, além do atendimento dos profissionais da Defesa Civil e apoio da Cogerh, Corpo de Bombeiros Militar do Estado Ceará (CBMCE) e Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer).

PEQUENOS AÇUDES

Em outras regiões, a articulação eficiente entre Cogerh e Defesa Civil evitou inundações e, com isso, estragos maiores. Foi o caso dos municípios de Maranguape e Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. “Nos dois casos a ação integrada junto a Defesa Civil evitou danos graves à população”, afirma o gerente das Bacias Metropolitanas da Cogerh, Claudio Gesteira. “Em conjunto com a Defesa Civil do Estado e do Município, nós conseguimos impedir inundações. Em Caucaia, conseguimos fazer o rebaixamento das paredes de um açude particular e evitar problemas a população. Ninguém foi atingido”, exemplificou.

Barragem particular em Caucaia. Cogerh e Defesa Civil fizeram liberação de água controlada

As ações coordenadas na região Metropolitana ocorreram num curto período de tempo, todas no final de abril. A parceria afinada foi também foi elogiada pelo Coronel Holdayne. “Nós temos uma relação muito acessível. Com o apoio imediato da Cogerh, a gente consegue ter um braço do estado mais frequente na parte de estruturação de Barragens, o que nos dá segurança”, explicou.

 

REGIÃO NORTE: PLATAFORMAS DE COLETA DE DADOS

Na região Norte do estado, as precipitações foram bem expressivas. Municípios situados às margens do rio Acaraú, abaixo do açude Araras, foram atingidos por inundações. “Encaminhamos equipe da Cogerh ao local para fornecer apoio e, através da colaboração com a defesa civil, foi possível identificar alguns açudes particulares que, após o ocorrido, apresentavam comprometimento em suas estruturas.

Com essas informações, alertamos a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) sobre as irregularidades na região para que fosse cobrado dos proprietários dos empreendimentos a realização de ações que reduzissem os riscos”, explicou o coordenador técnico da Cogerh/Sobral, Hiago Gomes sobre a ação da Cogerh durante as cheias do Rio Acaraú.

Manutenção de plataforma de coleta de dados

Os episódios pontuais de cheias na região Norte do estado levaram a gerência regional da Cogerh de Sobral a criar um grupo através de aplicativo de mensagens com representantes das defesas civis municipais do vale do Acaraú. As informações vinham principalmente das Plataformas de Coleta de Dados (PCDs). “Nesse período de monitoramento mais intenso do Rio Acaraú, as PCDs eram fontes imprescindíveis de dados”, comenta Hiago.

O dispositivo, instalado em diferentes pontos no Rio Acaraú, dispõe de sensores eletrônicos capazes de medir diversas variáveis ambientais, tais como precipitação, pressão atmosférica, temperatura, detecção da variação dos níveis de corpos de água, entre outros diversos itens.

 

RÉGUAS COMO ALERTA

Réguas também foram implementadas para auxiliar a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Sobral no monitoramento de possíveis cheias no rio Acaraú. As estruturas foram colocadas no último dia 28 de abril, no bairro Tamarindo, em Sobral, situado nas proximidades das confluências do rio Jaibaras e do riacho Mucambinho com o rio Acaraú. “A ação representa, sobretudo um referencial à população e equipe da defesa civil sobre a possível incidência de cheias no rio Acaraú durante o restante da quadra invernosa”, comentou Hiago.

Parceria Defesa Civil/ Cogerh

 

BARRAGEM DO COCÓ

Outra articulação fundamental no esforço para evitar/mitigar danos à população se dá com a Defesa Civil de Fortaleza. “Operamos a Barragem do Cocó em parceria estreita coma Defesa Civil do município de Fortaleza”, destaca Bruno Rebouças. Para ele, essa parceria foi exitosa nesse ano, “em grande parte também à adesão dos moradores das áreas potencialmente atingidas”.

“As pessoas entenderam que, não basta os organismos do Estado, como Cogerh, Defesa Civil e demais órgãos da Prefeitura de Fortaleza, fazerem seu trabalho. Cada um tem contribuição a dar. Isso foi fundamental neste ano”, relata. Para viabilizar essa participação popular, foi criado um grupo num aplicativo de mensagens. “Por meio desse grupo, tanto a população nos apresenta demandas, como nós repassamos as informações sobre as medidas que estão sendo tomadas no âmbito dos governos municipal e estadual”, diz Rebouças.

Inaugurada em junho de 2017, perto da Avenida Val Paraíso, no Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, a barragem visa reter o excedente de água nos períodos chuvosos, contribuindo para o controle de vazão do rio para evitar alagamentos. A barragem tem capacidade de armazenar 5,1 milhões de metros cúbicos de água.

Atendimento à Imprensa

Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh)
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