Monitor aponta Ceará e Maranhão como estados do NE em melhor situação em relação à seca
O mês de abril marca o fim do principal período de chuvas em maior parte do Nordeste e, neste ano, com os resultados positivos principalmente na porção mais ao norte da região, o novo mapa do Monitor de Secas indica áreas sem seca relativa ou classificadas apenas com seca fraca até o último mês.
Proporcionalmente, o NE está com 61,7% de seu território com algum nível de estiagem. Os estados em situação mais confortável, isto é, que apresentaram maiores percentuais de suas áreas sem seca relativa, são o Maranhão (72,1%) e o Ceará (69%). Este último, inclusive, apresentou o trimestre – fevereiro a abril – mais chuvoso em 11 anos.
“O Monitor mostra que grande parte do Ceará atingiu uma condição de normalidade, com exceção da parte central, que ainda está sob seca fraca. Quando nós olhamos as precipitações de janeiro até agora, percebemos que esta área é a que que teve totais menos significativos em relação às outras do estado”, comenta o presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio.
A situação mais crítica está no interior do Nordeste, correspondendo a grande parte da Bahia, onde estão áreas classificadas em seca grave. Lá, 89,7% do território está com alguma das categorias de seca.
Em relação ao mapa do Monitor de Secas de março, todas as áreas apresentaram melhorias, seja reduzindo os níveis de seca ou ficando relativamente sem ela.
Preocupante
Apesar das chuvas, o Nordeste ainda tem 143 dos seus principais 530 açudes com volume abaixo dos 30%, de acordo com dados atuais da Agência Nacional das Águas (ANA).
No Ceará, o Castanhão, maior reservatório da América Latina, está com apenas 15,7% de sua capacidade total. Conforme a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), dos 155 reservatórios monitorados no estado, 40 estão sangrando, mas 50 estão com volume abaixo dos 30%.
Sobre a ferramenta
O Monitor de Secas promove o monitoramento regular e periódico da situação da seca, por meio do qual é possível acompanhar sua evolução, classificando-a segundo o grau de severidade dos impactos observados.
O projeto é coordenado pela ANA, com o apoio da Funceme, e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos.
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